quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Standpoint: Mirando ao Revés as Políticas Públicas!



Dentre os muitos modos de compreender e problematizar políticas públicas, é possível compreendê-las como um fluxo resultante de ações e intenções de uma multiatorialidade ativada por e no interesse público, em contextos de governo de problemas considerados de pública relevância ou em contextos de preservação de bens públicos. Nesta lógica, a qualidade de público da política pública é dada pela qualidade do problema ou pela qualidade do bem que a desencadeou, e não pela qualidade do ator. Esta mudança de perspectiva permite ainda substituir a compreensão de políticas públicas não mais como ações do governo, mas, sim como ações de governo, onde quem governa é quem se atoriza nos processos ou nos fluxos em cursos de políticas públicas. Nos últimos largos meses, Salvador vem ativando e assistindo diferentes movimentos de atorização social no contexto de políticas públicas que podem ser genericamente etiquetadas como urbanas. Desocupa, Bicicletada Salvador Massa Crítica, Canteiros Coletivos, Nossa Salvador, dentre outros, são expressões que de alguma forma compartilham esta nova compreensão de políticas públicas como resultante não exclusiva do tradicional ator “poder público”, ainda que pese a sua dimensão estruturante, agindo em contextos de coprodução de bens públicos.
Os diferentes processos de atorização em fluxos de políticas públicas recebem diferentes nomes, cujas variações podem estar vinculadas ao papel que este ator exerce sobre a rede ou podem estar vinculadas à própria dinâmica de construção da rede que d[a origem ao fluxo. Dentre estes nomes, policy entrepreneur, policy advocacy e think tanks se destacam no estudos mais contemporâneos em políticas públicas
Neste I Seminário buscamos discutir e ampliar esta nova compreensão de políticas públicas calcadas nos problemas e bens públicos, trocando experiências, ativando e consolidando redes e, sobretudo, compreendendo-as como redes de políticas públicas, contribuindo ainda para democraticamente arejar os discursos dos nossos prefeituráveis. 
(Texto: Rosana Boullosa)

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